Durante a sua vida, e conforme suas experiências e aprendizados, alguns hábitos e padrões são adquiridos e se tornam vícios tanto em comportamentos como em atitudes e que podem sabotar e limitar, principalmente, metas e objetivos a serem alcançados além de atrapalhar nos seus relacionamentos e na confiança das outras pessoas e equipes, porém fazemos isso de forma inconsciente, sendo de extrema necessidade que comecemos a reconhecê-los mudá-los de forma positiva.
Hábitos e vícios são difíceis de serem mudados e demandam tempo e esforço, além de um comprometimento e foco para alinhá-los com seus propósitos e metas, pois por pior que sejam seus hábitos, eles de certa forma, possuem suas próprias recompensas e ganhos.
“Não nos libertamos de um hábito, atirando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada, degrau a degrau.”
– Mark Twain –
O primeiro passo, é começar a analisar, reconhecer e entender como nossos hábitos e vícios são acionados, e os efeitos que esses padrões de reação e impulso geram, seja através de situações e contextos específicos ou até mesmo nas suas rotinas diárias.
Não será preciso que você faça grandes mudanças de imediato, porém pequenas alterações e transformações constantes lhe ajudarão a realizar as grandes mudanças necessárias.
O que gera esses vícios, reações e impulsos automáticos praticamente está dividido em 3 fatores, sendo eles o emocional, cognitivo e o comportamental.
No fator emocional, é importante que você observe o nível de agradabilidade, podendo variar de muito agradável a completamente desagradável, e o nível de energia que você está empregando na situação ou contexto, se muito agitado com movimentos descontrolados ou parcialmente ou completamente imobilizado.
Você pode considerar pontuar o nível de agradabilidade com uma escala de 0 (zero) a 10 (dez) sendo 0 (zero) completamente desagradável, e 10 (dez) extremamente agradável, da mesma forma para a energia, sendo 0 (zero) totalmente sem energia e até mesmo imobilizado e 10 (dez) para agitado e descontrolado.
Desta forma você poderá acompanhar as oscilações emocionais e compará-las com outras situações e contextos onde elas se apresentem iguais ou parecidas e poderá reconhecer alguns padrões e hábitos.
No fator cognitivo, o ambiente, local e seus componentes, ou seja, pessoas, iluminação, cheiros, som, nível de segurança e conforto podem lhe oferecer alguns indícios e informações de como suas reações se comportam e quais fatores podem ter acionado o estado emocional.
É preciso que você se atente aos detalhes e crie na sua mente uma narrativa com todos os componentes e indícios sociais, como por exemplo o assunto ou tema que estava sendo abordado, se haviam objeções ou pontos de vista divergentes.
Algumas vezes, mesmo que você mantenha o assunto, mas mude o local, pode ser que seu estado emocional mude, e vice versa, ou seja o mesmo ambiente com assunto diferente, como exemplo, você pode se sentir aborrecido ao tratar de assuntos como atraso e demora, porém no ambiente familiar isso não lhe incomodar e se sentir tranquilo.
No fator comportamental, você deve ficar atento e refletir a respeito das suas reações e impulsos e das suas respostas controladas e ponderadas, o que pode diferenciar uma reação impulsiva ou não é a sua velocidade, pois comportamentos reativos e impulsivos tendem a ser quase instantâneos e imediatos, enquanto respostas ponderadas tendem a ser mais lentas e demoradas.
Outro aspecto a ser observado, são os pensamentos posteriores, principalmente a respeito de reações e impulsos, pois tendem a criar uma sensação de remorso ou arrependimento o que denota com clareza ser um hábito ou vício que no momento pode ter causado a impressão de ganhos imediatos, mas que a longo prazo terminam por gerar estados emocionais negativos com relação ao contexto e situação.
“Bons hábitos são tão viciantes quanto maus hábitos, e muito mais gratificantes.”
– Harvey Mackay –
Identificados estes 3 (três) fatores, é preciso que você análise alguns aspectos e os compare para reconhecer o que realmente se trata de hábitos e vícios e o que você pode concluir ou aprender com a experiência.
Algumas perguntas podem ser feitas de forma a buscar respostas mais conscientes para a situação:
Emocional:
Como me sentia antes da situação ou contexto?
Como me senti durante a situação ou contexto?
Como me senti depois da situação ou contexto?
Cognitivo:
O que pode ter acionado este tipo de reação ou resposta?
O que mudou no ambiente ou contexto?
O que estava diferente das situações anteriores?
O que foi exatamente igual a experiências passadas?
Comportamental:
Minha reação foi rápida e imediata?
Demorei para reagir ou responder?
Se tivesse que agir de forma diferente, o que faria?
Agindo desta forma quais foram os meus ganhos?
Com certeza você irá identificar muitos hábitos e padrões no seu cotidiano, porém é preciso alinhá-los com seus propósitos e objetivos, sendo assim a primeira parte da mudança é perceber se eles estão realmente lhe aproximando ou lhe afastando dos resultados esperados, faça questionamentos do tipo:
Continuar reagindo desta forma contribui com o que exatamente?
Minhas reações e respostas estão coerentes com meus objetivos?
Que tipo de dor, sofrimento ou desconforto estou tentando evitar reagindo assim?
Imagine que você tenha como meta e objetivo emagrecer, e o seu padrão e hábito em sido o de comer muito, ou de se alimentar de forma incorreta, com uma dieta saturada de calorias. Este hábito está lhe ajudando e contribuindo com seu propósito?
“Se abrires a porta a um pequeno vício, não tardarão a entrar os grandes vícios.”
– Henry George Bohn –
Digamos que agora você está tentando economizar para fazer a viagem dos sonhos, ou para ter um fundo de reserva e uma segurança financeira, porém possui hábito e vício de gastar com coisas supérfluas e desnecessárias. De que forma este hábito lhe aproxima de seus objetivos?
Mesmo tendo respondido de forma consciente e percebido e entendido o seu hábito e vício é preciso que a mudança seja algo motivador, agradável, encantador, lógica e racional e ao qual esforço estará disposto a fazer, não é mesmo?
Então faça este exercício mental e questione-se quanto ao seu comprometimento com a mudança:
Lente do Coração (Porquê?):
Porque esta mudança é encantadora para mim?
O que me motiva a mudar?
Como posso tornar esta mudança agradável?
Lente da Mente (Como?):
Fazer a mudança necessária é lógico e racional e está alinhada aos meus objetivos?
O que torna esta decisão de mudar racional?
Quanto estou consciente de que esta mudança é necessária?
Lente do Corpo (O quê):
Estou disposto a fazer o esforço necessário?
Tenho consciência dos comportamentos e atitudes necessários?
Sei exatamente que habilidades e competências terei de aperfeiçoar ou aprender para mudar?
Tenho de lhe dar os parabéns, se você respondeu positivamente para todos os questionamentos, mas agora está na hora de dar o primeiro passo e ação que irá fazer agora mesmo para mudar este hábito e padrão que está limitando e sabotando seus objetivos, metas, propósitos e resultados esperados.
Utilize estas experiências para reconhecer e avaliar o que é mais apropriado, tanto no aspecto emocional e comportamental e que gera resultados positivos e que permita criar novos padrões e hábitos.